Dr. Erasmo Tokarski comenta como funcionam os processos de reversão de intervenções estéticas para quem busca, a partir de agora, um visual mais natural
Recentemente o tópico “preenchimento labial” ficou em alta após Flavia Pavanelli fazer a remoção do procedimento estético. A atriz, que possuía os lábios contornados por intervenções com ácido hialurônico, chegou até a brincar com os fãs. “Estão preparados para me ver sem preenchimento labial?”, escreveu no Instagram. Depois do mistério, ela foi elogiada pelos admiradores, que apreciaram o visual mais natural de Flavia.
O processo de reversão de procedimentos estéticos tem sido adotado por celebridades ao longo dos últimos anos. Até mesmo Kylie Jenner, que iniciou os preenchimentos labiais aos 15 anos – e mantinha a boca preenchida como marca registrada – optou pela remoção, desencadeando uma onda de reversão do procedimento no mundo todo.
Extensão de cílios, micropigmentação, preenchimentos faciais e até implantes mamários de slicone têm sido revertidos nas clínicas e consultórios do país.
“Eu percebo que existe um desejo de resultados mais naturais por parte dos pacientes. Inclusive, na hora da consultam eles externam o medo de terem resultados artificiais pós-procedimentos, de ficarem deformados ou padronizados”, diz o dermatologista Erasmo Tokarski.
A principal reclamação dos pacientes está relacionada com resultados esteticamente ruins causados por má aplicação, conta Erasmo Tokarski. “O aspecto pouco natural dos procedimentos, hoje, está causando certo receio por parte das pessoas que vislumbram um procedimento estético”. “Por exemplo, o rosto ficando quadrado por conta do excesso de aplicações ou mesmo inabilidade de quem aplica. Ou no lábio, quando há alguma irregularidade, formando lábios mais volumosos do que o normal”, exemplifica.
Reversão de procedimento estético por questões de saúde
Para além da estética, aspectos ligados à saúde também podem ser o motivo da reversão. “Muitos pacientes sofrem com inflamações, inchaço e deformidade no rosto e não respondem aos tratamentos clínicos. Essas situações podem levar à alteração de qualidade de vida e trazer baixa autoestima”, alerta o dermatologista.
Todos os procedimentos estéticos são removíveis?
Nem todos os preenchimentos são removíveis completamente, por conta das substâncias que foram injetadas. É importante saber qual foi o método utilizado em cada caso para entender as possibilidades.
“O preenchimento mais utilizado, o ácido hialurônico, é um preenchimento absorvível. Esse é o tratamento de mais fácil resolução, feito com medicação oral e, às vezes, infiltração com corticoide e hialuronidase”, explica Erasmo Tokarski. “Nesse caso, o produto é dissolvido, e desaparece completamente”, diz.
Porém, existem os preenchimentos não absorvíveis, que são mais difíceis de retirar. “Os principais são o polimetilmetacrilato (PMMA, metacril ou chamado de bioplastia) e o silicone (DMSO ou siloxanos). A sua remoção é através de cirurgia”, afirma.
Como é feita a remoção?
A remoção tem uma técnica parecida com a aplicação e as sessões variam de acordo com a quantidade de ácido hialurônico injetado. “O processo pode ser realizado com agulha ou com cânula e não existe nenhuma preparação prévia necessária. A quantidade de enzima e a forma de aplicação vai depender de como o produto foi colocado”, explica Erasmo Tokarski
Como evitar um resultado indesejado?
A melhor forma de evitar um resultado que não agrade o paciente é a conversa clara com o profissional que irá realizar o procedimento. Erasmo Tokarski explica que a decisão de quantidade vai ser pautada por dois pilares. Primeiro, o que incomoda o paciente. Depois, a avaliação técnica do médico que vai decidir qual é a área que anatomicamente precisa ser tratada para obter o resultado desejado.