Brasília celebra mês com menor número de crimes em 23 anos

Balanço da SSP-DF mostra ainda redução de 50% de feminicídios no quadrimestre, de oito para quatro casos este ano

O conjunto de políticas adotadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), com ações regionalizadas e integradas no âmbito do programa DF Mais Seguro, faz com que o Distrito Federal mantenha a queda dos crimes violentos contra a vida (CVLIs).

O cenário de decréscimo se mantém nos últimos três anos, de forma consecutiva. Ano passado, por exemplo, a capital do país teve o menor índice de homicídios dos últimos 45 anos, ou seja, foi possivelmente o ano menos violento da história desde 1977.

As forças de segurança estão atuando de forma cada vez mais regionalizada, com estratégias voltadas para cada tipo de crime ou desordem | Fotos: Divulgação/SSP-DF

Levantamento realizado pela secretaria mostra que em abril deste ano o número de vítimas de CVLIs – que englobam homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte – foi de 18 casos. No comparativo com o mesmo mês de 2021 – ano de redução recorde –, a queda chega a 41,9% (de 33 para 18), o menor desde 2000.

No acumulado do quadrimestre foi registrado o mesmo cenário: menor número de CVLIs e de homicídios dos últimos 23 anos. De 120 registros de CVLIs, em 2021, para 89 este ano (-25,8%). Isso significa 31 vidas salvas no período.

“A Segurança Pública vem aperfeiçoando os processos de gestão, integrando ainda mais as ações entre as forças de segurança, com o uso da tecnologia e inteligência, para seguir reduzindo os crimes violentos contra a vida no Distrito Federal”Júlio Danilo, secretário de Segurança Pública

O número de vítimas de homicídio em abril também é o menor dos últimos 23 anos, desde 2000, quando foram registrados 41 casos, 25 casos a mais que abril deste ano, com 16. Em comparação a abril do ano passado, a queda foi de 44,8%, saindo de 29 para 16 vítimas.

No acumulado do ano, a redução de vítimas desse crime é de 27,7%, de 112 para 81. Houve também diminuição de 7,7% nas tentativas desse tipo de crime no acumulado dos primeiros quatro meses, de 196 para 181 registros. No latrocínio, crime que vem recebendo atenção especial da segurança pública, houve dois casos a menos no quadrimestre deste ano no comparativo com o mesmo período do ano passado: de oito para seis casos.

“A Segurança Pública vem aperfeiçoando os processos de gestão, integrando ainda mais as ações entre as forças de segurança, com o uso da tecnologia e inteligência, para seguir reduzindo os crimes violentos contra a vida no Distrito Federal”, afirma o secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo.

“Estamos atuando de forma cada vez mais regionalizada, com estratégias voltadas para cada tipo de crime ou desordem que impactam, direta ou indiretamente, a segurança e a qualidade de vida da população. O alto percentual de resolução de crimes, o enfrentamento ao tráfico de drogas e ao porte ilegal de armas feito pelas nossas polícias, além do tempo de resposta do Corpo de Bombeiros no atendimento às vítimas, estão sendo muito importantes nesse processo”, destaca o secretário.

O DF registrou queda de 20,5% nos CVLIs ano passado, com 325 casos (em 2020, foram 409): terceira maior redução no país, atrás apenas do Acre e de Sergipe

Destaque nacional

O DF foi destaque no cenário nacional na redução dos CVLIs em 2021. De acordo com levantamento do Monitor da Violência, parceria do portal G1 com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e com a Universidade de São Paulo (USP), o DF registrou queda de 20,5% nos CVLIs ano passado, com 325 casos. Em 2020, foram 409 crimes. Essa redução foi a terceira maior no país, atrás apenas do Acre e de Sergipe, com 38% e 26,1%, respectivamente.

Violência contra a mulher

Nos primeiros quatro meses deste ano, foram registrados no DF quatro casos de feminicídio, 50% a menos que no mesmo período de 2021. O enfrentamento a esse tipo de crime é prioridade para o GDF e para a SSP-DF, que lançou em março do ano passado o programa Mulher Mais Segura, reunindo uma série de iniciativas voltadas à violência de gênero.

Desde 2019 houve ampliação dos canais de denúncia dos crimes contra a mulher, por meio da Delegacia Eletrônica, do Maria da Penha Online, da nova Delegacia Especial de Atendimento à Mulher e da campanha Meta a Colher, entre outras

“Nosso trabalho não é para a redução em si. É para que não haja nenhum crime dessa natureza no DF. Por isso vamos trabalhar, inovar e nos integrar cada vez mais em programas voltados a essa temática. Implementamos, ano passado, uma tecnologia inovadora, um dispositivo que monitora, simultaneamente, vítima e agressor, estabelecendo uma distância segura entre eles, impedindo que o agressor se aproxime, e alertando a vítima da aproximação dele”, afirma o secretário Júlio Danilo.

Houve ainda redução de um caso (de 23 para 22) nas tentativas de feminicídio e de 10% nas ocorrências de estupro. Os casos de violência doméstica relacionados à Lei Maria da Penha passaram, no quadrimestre, de 5.450 ocorrências em 2021, para 5.437 no mesmo recorte deste ano (-0,2%).

Cabe destacar que desde 2019 houve ampliação dos canais de denúncia desses crimes por meio da Delegacia Eletrônica, do Maria da Penha Online, inauguração de nova Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam 2), campanha Meta a Colher, entre outras.

Crimes contra o patrimônio

Quatro, dos seis crimes contra o patrimônio (CCPs), monitorados de forma prioritária pela SSP-DF, marcaram queda em abril e nos primeiros sete meses de 2021. O roubo em residência obteve a maior redução no acumulado do ano, de 31%, de 142 para 98 ocorrências em todo o DF.

No roubo em comércio houve 27,5% de redução. Os roubos de veículo e a transeunte marcaram queda de 25,1% e 4,9%, respectivamente. Os furtos em veículo e os roubos a transporte coletivo tiveram aumento de 23,8% e 40% no período.

Com o retorno das atividades e das aulas após o período de restrição da pandemia, teve que haver uma adaptação para conter o retorno de algumas práticas criminosas. A SSP-DF desenvolve ações específicas para o enfrentamento de cada crime, como o roubo em transporte coletivo, por exemplo.

Um grupo de trabalho já identificou os dias, horários e locais em que os casos são mais recorrentes. As polícias Civil (PCDF) e Militar (PMDF) já estão atuando na identificação e prisão de possíveis grupos ou criminosos reincidentes nestes crimes.

*Com informações da Secretaria de Segurança Pública do DF